Estava lendo uma matéria no IG a respeito da difícil decisão por que passam os médicos sobre a assistência ou não a bebês prematuros extremos, ou seja, que nasceram antes da 32ª semana de gestação. Os médicos questionam até que ponto vale a pena manter um tratamento em uma UTI neonatal para um bebezinho que nasceu com pouquíssimas semanas e provavelmente apresentará sequelas ao longo de toda sua vida. Ainda não havia tocado nesse assunto aqui no blog, até o momento que li essa reportagem e senti a necessidade de compartilhar um pouquinho de minha experiência. Sei que temos milhares de sites e blogs maravilhosos que falam sobre o assunto com excelência, quero deixar claro, que estou falando apenas como mãe de uma bebezinha prematura extrema (31 semanas), que nasceu com 1.200Kg e que lutou bravamente pela vida como todos os pequenos guerreiros que nos acompanharam durante a nossa estadia na UTI- neo, que durou cerca de um mês e meio.
Esse post é um desabafo de uma mãe que consegue entender os questionamentos dos profissionais de saúde que vêem casos que vão deixar marcas, deficiências e dores para toda uma vida, mas que tem certeza que esses médicos não conseguem se colocar de jeito nenhum no lugar de um pai e de uma mãe que querem brigar com todas as suas forças pela sobrevivência desses pequenos independente do que virá com eles.
Maria Luiza nasceu prematura por eu apresentar hipertensão arterial que levou a necessidade de uma cesariana de urgência na 31ª semana de gestação. Ela nasceu bem pequena e confesso que temi muitas vezes pela vida de minha filha que se mostrava frágil, com dificuldades para respirar, a pela fina como um papel, mas com uma força tremenda que nos faz refletir muitas vezes quando nos deixamos abalar facilmente por um mínimo problema que apareça em nossas vidas. Confesso também, que NUNCA, em hipótese alguma considerei que seria melhor não lutar pela vida dela e que não pensava nas consequências que aquele parto prematuro poderia gerar para minha vida e para a vida de minha filha. Somente queria ela viva.
Não podemos saber o que virá. Como podemos deixar de lutar por um filho? Hoje, Maria Luiza tem 3 anos e 5 meses e nenhuma sequela sequer. Foi muito bem acompanhada por médicos excelentes que me orientaram com competência sobre tudo o que deveria ser feito para que pudesse acompanhar o seu desenvolvimento. Desde os 2 anos está na escola e acompanha perfeitamente todas as atividades designadas a ela. Problemas ainda podem aparecer, mas será somente mais um obstáculo nessa nossa luta que teve início no dia do seu nascimento.
Cada sorriso, cada brincadeira, cada carinho e beijinhos dela me levam a ter certeza que vale muito a pena lutarmos por nossos pequenos guerreiros que nos acompanharão por toda uma vida seja ela com percalços ou não.
Um ótimo final de domingo a todos!
bjinhos